Ser penedo é ser por fora o que se é por dentro (Teixeira de Pascoaes)
... é como ser transparente.

9 de julho de 2012

E a moral?

Mesmo que me/nos entristeça, é preciso ir lembrando, até para que as soluções não continuem o desvario.

Em 8 de Julho de 2009

Jorge Coelho defende interesse público

Jorge Coelho considera “preocupante” possibilidade de adiar investimentos públicos O presidente da Mota-Engil, Jorge Coelho, considerou hoje preocupante o anunciado adiamento dos grandes investimentos públicos, medida que classificou de gravosa e que disse constituir um risco para milhares de empregos e para as empresas do sector. “Do ponto de vista empresarial, é preocupante para um grupo como a Mota Engil e para um sector que dá emprego a centenas de milhares de pessoas tudo aquilo que tem a ver com paragens de projectos que estavam a ser desenvolvidos”, disse Jorge Coelho, citado pela Lusa.

E eu tive a oportunidade de comentar em blogue de amigo (http://www.servir-o-porto.blogspot.be/2009/07/e-moral.html):

E a moral? Jorge Coelho, com o dia de ontem bem presente (o homem do aparelho do PS e o mais influente no governo na altura), o dia do presente como objectivo, vem recordar o "dia de amanhã", exercendo de forma clara a função para a qual é pago: influenciar. Pelos vistos, com a consciência aparente (e ou eleitoral?) do governo, a coisa está mais difícil no terreno em que é mais hábil, o do secretista empurrão de dentro do partido, e tem que passar a outro campo, a pública opinião, onde a estratégia se desvenda mais claramente e a sua preponderância pessoal é bem menor. Jorge Coelho quer claramente que, em nome de um presente de regalias/encomendas acima das nossas possibilidades (alicerçado no desvario de obras públicas da última década e meia), a sua empresa garanta as benesses que tem tido ou as aumente, com nítido prejuízo do futuro próximo, bem próximo, que se anuncia mais escuro. A demagógica utilização do aumento do desemprego (com o posto dele incluso, muito provavelmente) esconde a verdade dura e inelutável: mais obras públicas de grande gabarito hoje, significam o adiamento do inevitável desemprego na construção civil no futuro. Neste caso, e contrariando "pela esquerda" os nossos habituais defensores da intervenção estatal por dá cá aquela palha (e que aqui se vão calar) defendo que é melhor para o país pagar o subsídio de desemprego hoje e procurar encontrar soluções de empregabilidade noutros campos económicos, do que apenas adiar o inevitável, e no intervalo delapidar ainda mais a economia e as finanças nacionais "aguentando" empresas que não inovaram e não exportaram à medida da sua aparente potência, e os chorudos salários de quem as serve a alto nível. E dado que muitos se deram, nos últimos dias, a uma tentativa de moralizar mais ainda a vida político-partidária, porque não repetir e fazer um repto a Jorge Coelho: considerando as funções governamentais que exerceu, demita-se de imediato da administração da empresa que o acolheu e que tantos e tão chorudos negócios tem com o sector público, ao ponto de, segundo confessa, ser Estado-dependente (mais uma, num país que segue - dizem os encartados da "esquerda" - o neo-liberalismo mais pérfido).

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