Ser penedo é ser por fora o que se é por dentro (Teixeira de Pascoaes)
... é como ser transparente.

2 de outubro de 2008

Matosinhos-Sul, não por favor!

Continua inabalável e seguramente a construção desenfreada em Matosinhos-Sul. Quem da Foz chega à Circunvalação, fica espantado perante a autêntica muralha que se está a criar naquele local, anunciado até há bem pouco tempo como o “futuro de Matosinhos”, zona residencial e de lazer, moderna e atraente.
Caíram de vez as máscaras de exemplaridade e social de um município que se apresentava enquanto tal. Afinal, Matosinhos, autarquia-modelo, é quando muito um permanente « andar-modelo » em que os blocos medram do interior para a praia, dando sempre aos incautos a ideia que compram casa com vista para o mar e, que quando acordam, afinal vêem mas é pendurados os cueiros do vizinho de frente que, por sua vez, ainda crê que ele sim ! fica a ver as ondas. E assim se sucede, de prédio em prédio até à hecatombe final.
Autarca-modelo, candidato a quê? Deus nos livre!
« Mais vale asno que me leve, que cavalo que me derrube ! »

E as torres para o Parque da Cidade?

Continua sem resposta do Presidente da Câmara do Porto a questão levantada na imprensa e na Assembleia Municipal, acerca das torres que dizem estão previstas para a Circunvalação lado Sul.
Cremos que sim, que fazem falta! É que o portuense já não suporta estar realmente num Parque. Ele tem de ter o aconchego de uma vizinhança curiosa, que dum sétimo andar o pode ver a olho nú ou de binóculos enquanto picnica ou quando, em fato-de-banho, descansadamente, se bronzeia ao sol.
O senhor Presidente tem razão. Afinal já quase ninguém sabe o que é a privacidade, tal o desordenamento da mancha de construção em muitas partes da cidade.
Quantos há que no seu jardim, na sua varanda ou mesmo já na sua ilha, mal põem o pé fora da porta não têm em cima o desinteressado olhar de um vizinho do prédio ao lado?

É o trânsito realmente o problema?

Para terminar, respondamos a esta questão : as «desesperadas » tentativas da nossa Câmara em « solucionar » os problemas do tráfego automóvel se não são uma farsa, são pelo menos absurdas.
Como se pode querer solucionar este problema sem atacar a sua origem: a cada vez maior quantidade de automóveis circulantes.
E como se condiciona o aumento destes?
Só conheço duas maneiras: ou impondo restrições forçadas acompanhadas de um incremento e melhoria dos transportes públicos ou...ou, optando por uma política de urbanização que tenha em conta a capacidade viária das ruas e estradas existentes.
Permitir, por exemplo, na Foz, a construção desenfreada e irracional (casos das Varandas do Mar, dos Pinhais da Foz, da Rua da Beneditina, da Cantareira, da Rua do Crasto e outros) por todo o lado sem calcular, com precisão, a capacidade das vias em receber as viaturas que acompanharão inevitavelmente os futuros moradores, é, no mínimo, cegueira e, porventura, compadrio com interesses que não são os das populações.
Estamos convictos que, em essência, só temos um problema de trânsito porque temos um problema de mau planeamento e má gestão, e estes são maus, ou porque o são – e não há nada a fazer – ou porque servem.
Quem? ...!

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