Ser penedo é ser por fora o que se é por dentro (Teixeira de Pascoaes)
... é como ser transparente.

2 de outubro de 2008

José Augusto de Castro

Maio de 1997

À População da Foz do Douro!
Aos Amigos de José de Castro!

Por haver ainda quem lamente os «combatentes de causas perdidas» e os que «perdem tempo e desperdiçam capacidades com assuntos menores», é que o exemplo de José de Castro tem de ser divulgado e eternizado, pois é arauto da verdadeira revolução, a mais singular e a única eficaz, aquela que parte de nós mesmos e que assenta num comportamento diário, pacífico, cívico e tolerante, com primazia à cultura e ao combate ao provincianismo, à arrogância e ao imobilismo.
Da militância política que lhe valeu o degredo nos Açores, e a «condenação» perpétua ao uso de um colete metálico que lhe mantinha as costas direitas, até à fé esperantista, passando pelo activismo cultural em meios desfavorecidos até ao cooperativismo, onde, com outros é certo, levou a Cooperativa da Foz, num caminho vanguardista, ao êxito nacional. José Augusto de Castro mereceu sempre, dos próximos aos adversários, um reconhecimento respeitoso que evidenciava as suas qualidades.
A Direcção do nosso jornal, de Novembro de 1978 a Novembro de 1980 foi, por assim dizer, a sua última intervenção cívica, a qual viveu apaixonadamente e que foi cerceada pelos espíritos medíocres e mesquinhos dos poderes locais da altura.
E se considerarmos verdade o que o pároco da Foz da altura disse: «Faleceu um Homem que não frequentando a Igreja, viveu uma vida que serve de exemplo para todos nós», então só nos resta tomar esse seu exemplo e ir por diante.
Assim o fazemos e assim assumimos a liderança, mas não o monopólio, da Homenagem que a Foz do Douro deve a este seu insigne cidadão.
Convidamos pois todos os admiradores de José Augusto de Castro, e aqueles que não o tendo conhecido receberam eco do seu exemplo, a contribuir para a feitura da «máscara» em bronze que perpetuará o seu nome e que presentificará o seu exemplo, tão necessário no momento quanto o «pão para a boca», e ainda a juntarem-se a nós para, a breve termo, organizarmos essa mesma Homenagem.
Contribua para perpetuar o civismo e a Liberdade!

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