Ser penedo é ser por fora o que se é por dentro (Teixeira de Pascoaes)
... é como ser transparente.

24 de setembro de 2013

Rui Moreira, um voto no Porto outro em Portugal

Recuso terminantemente que se vote por ou contra um governo nas eleições autárquicas. Se algum primeiro-ministro se demite a seguir a umas autárquicas isso é demonstrativo da sua falta de conhecimento democrático (evito aqui ao máximo outras ilações), da sua profunda ignorância cívica e … legal.
O que não tem absolutamente nada a ver (“àver”, como dizem os modernos da mediocridade cultural) com o facto de a esperada vitória da candidatura de Rui Moreira, no Porto, significar claramente, para além de uma vitória pessoal, uma manifestação de repugnância – é o termo – para com o funcionamento “a-ideológico” dos partidos políticos, ou seja, traduzido em miúdos, do oportunismo corrupto-carreirista que lidera os partidos actuais.
Acredito fortemente que a vitória de Rui Moreira na cidade do Porto provocará um maremoto importante, que poderá ajudar os partidos – actuais e a criar… que venham eles! – a reformular modos e a corrigir comportamentos.
E, ad-hoc, relembro o que escrevi em 8 de Setembro sobre uma opinião do DN:
Cito de o DN de hoje: "não se sabe se o ato eleitoral das autárquicas refletirá um cartão amarelo ou vermelho à liderança de Passos Coelho."
O autor deste artigo, que não consegui desvendar nesta página e nem interessa para o caso, participa na vergonhosa - não tem outro nome, dado ser pessoa, com certeza, culta - mentira de considerar que as eleições autárquicas são testes aos governos. Quer dizer: eu voto num candidato X que me parece o melhor para gerir a minha cidade, o mais capaz, e, catrapum, votei contra ou a favor do governo. Inaceitável e condenável desvirtuamento dos objectivos de umas eleições que nada têm a ver com a governação do país. Esta tese, favorável à partidocracia dominante, à fé "religiosa" num emblema, é profundamente reaccionária (no sentido pior da palavra) e favorece o que de pior há na política, desresponsabilização de autarcas incompetentes e a fuga às responsabilidades de primeiros-ministros cobardes (como já aconteceu).

Noticia em:
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/editorial.aspx?content_id=3408857&success=1

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