Ser penedo é ser por fora o que se é por dentro (Teixeira de Pascoaes)
... é como ser transparente.

2 de outubro de 2008

A ZONA DO PASSEIO ALEGRE CLASSIFICADA

1979

A zona do Passeio Alegre classificada como "de valor concelhio"

«Entre os muitos valores urbanos e culturais da chamada Foz Velha, assume particular interesse, pela sua singularidade, a zona do Passeio Alegre. Toda esta zona é caracterizada por um somatório de realizações, de índoles e circunstâncias diferenciadas que resultara numa dada harmonia de conjunto que se estende desde o chamado Castelo da Foz (Forte de S. João Baptista, classificado de imóvel público) até à zona dos Pilotos, passando pelos cais da Barra, pelo jardim do Passeio Alegre, de autoria do paisagista Emílio David, pelo chafariz e obeliscos e Nazoni (classificados de Monumento Nacional) e Imóvel de Interesse Público respectivamente)».
Assim se expressaram, em princípios de 1978, alguns moradores da Foz e outros interessados, em exposição enviada à Câmara Municipal do Porto, propondo a defesa da ambiência arquitectónica que rodeia o jardim do Passeio Alegre para que não se autorize a construção de nenhum edifício que destrua a unidade de conjunto existente e que abafe, por assim dizer, os edifícios e ruas antigas que no frondoso jardim desaguam.
Construções em andares como a erguida entre a Rua Bela e a Rua das Motas, «constitui um grave atentado para a escala urbana que se observa do lado do jardim, como prejudica os moradores das habitações situadas nas zonas posteriores que perderam certos ângulos perspectivos sobre o jardim e a barra do Douro e viram diminuídas as condições de exposição solar das suas casas».
«Pretende-se pois, que a Câmara promova a defesa do carácter da zona, evitando — não apenas casos semelhantes em que tal dissonância se torna por demais evidente — que se destruam casas que ainda há bem pouco tempo ofereciam boas condições de recuperação» assim como que em «toda a zona do jardim do Passeio Alegre, entre o Castelo e os Pilotos, se adopte um critério de disciplina urbana visando a preservação da escala existente (começando pelos problemas de volumetria e silhuetas de conjunto) e de carácter arquitectónico dos edifícios».
Com esta exposição (de que temos vindo a retirar extractos) conseguiram os seus subscritores que a zona em causa fosse classificada como de «valor concelhio» em reunião de 21.9.78, da CMP, garantindo assim a sua preservação, e demonstrando como o envolvimento, a participação do cidadão é factor de progresso e consciência.

(publicado n'O Progresso da Foz)

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