Ser penedo é ser por fora o que se é por dentro (Teixeira de Pascoaes)
... é como ser transparente.

3 de outubro de 2008

Torres Altis - A Nossa Babel

Passa pela solução a encontrar para o caso das Torres Altis a credibilidade desta Câmara de Rui Rio e do seu vereador do Urbanismo, Ricardo Figueiredo.
O dossier que aqui incluímos, da autoria do Movimento de Moradores, é essencialmente claro e explícito. Ignorá-lo, como tem feito até hoje a Câmara em relação a este exemplar grupo de cidadãos, significa não apenas o renegar da afinal falsa política « anti-betão » proclamada pelo Executivo eleito no ano passado, mas acima de tudo desnudar a também afirmada vontade de activar o exercício da cidadania política do habitante da cidade.
O grupo de moradores aponta o único caminho que conhecemos para forçar os poderes – o autárquico mas também o da conivente comunicação social – a confrontar-se com as suas promessas e projectos e os seus deveres públicos.
Olvidemos o despudor de Fernando Gomes, que depois de passar não sei quantos anos pela Câmara (demasiados em todo o caso) vem proclamar a irreversibilidade e a não solução do caso, e apontemos baterias para quem pode e « deve poder ».
A actual Câmara – com o silêncio cúmplice da Junta de Freguesia da Foz – gostaria, e cremos para já na sinceridade das suas intenções, libertar-se deste caso sem ferir interesses. Acontece que este é precisamente um daqueles casos na vida em que não se pode sair sem « fazer sangue ». E estamos em crer que muito mais que a alguma criticável desmedida ambição financeira e aproveitamento do empreiteiro, é aos anteriores gestores e talvez a alguns funcionários camarários que importa responsabilizar por este imbróglio urbanístico-financeiro, que tal como a Babel bíblica, semeou a confusão, deixando muitos a falar « línguas » diferentes
O empenho do Movimento de Moradores à Praça do Império e Rua Diogo Botelho, assim como outro grupo de fozeiros e portuenses que introduziu uma providência cautelar para paragem da urbanização, já deu os seus frutos provocando um re-interesse da comunicação social e o aparecimento de novas intervenções e polémicas no seio dos políticos da cidade. Necessitam agora estes nossos conterrâneos de toda a solidariedade possível. Escrevam-nos e escrevam à Junta de Freguesia da Foz e à Câmara do Porto sobre este e outros casos de densificação e de urbanismo desregrado e pugnando por uma cidade mais humana e uma gestão mais clara e democrática da urbe.

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