Ser penedo é ser por fora o que se é por dentro (Teixeira de Pascoaes)
... é como ser transparente.

15 de dezembro de 2011

Caciques e Centralismo

A propósito desta notícia:
http://aventar.eu/2011/12/14/em-alijo-trocam-o-patrimonio-da-humanidade-por-um-monte-de-betao-mas-nao-gostam-de-ser-acusados-disso-por-isso-censuram-todos-os-comentarios-desagradaveis-no-facebook/

"A Província não reage, porque o polvo do Terreiro do Paço chega a todos os recantos da Pátria pelo mau cacique que, sem educar, adormenta, opia e arrasta o povo sonâmbulo” (Leonardo Coimbra, in O Primeiro de Janeiro, de 18 de Setembro de 1924).

Nas sábias palavras de Leonardo, o caciquismo autárquico é também ele – quem diria? –um fino e directo produto do centralismo asfixiante em que vivemos.... Um Portugal amordaçado pelo assalto, e a consequente rapina, à administração central pelos partidos do poder, inevitavelmente faz surgir muitos autarcas “mais papistas que o Papa”, que na sua acção mimetizam o centralismo, até para poderem ser considerados e promovidos na lógica partidocrata.
A “distância” entre o poder central e a autarquia favorece estes tumores locais. Parte da cura é seguramente uma regionalização sem custos, até porque está provada a incapacidade de descentralizar do actual sistema, por muitas juras que alguns façam. Uma regionalização que traga para o seu nível as decisões que são essencialmente do seu interesse (como é este caso) e que em interacção com as autarquias – as estritamente necessárias – encontre também um modo de obstar ao endeusamento partidário e incentive a participação cívica.

Sem comentários: